Qual a diferença entre organismos geneticamente modificados e transgênicos?

Os termos "organismos geneticamente modificados" (OGM) e "transgênicos" são frequentemente usados como sinônimos, pois ambos se referem a organismos vivos cujas características foram alteradas usando técnicas modernas em laboratórios especializados para introduzir genes que procedem de outras espécies. Essas técnicas permitem separar, modificar e transferir partes do DNA de um ser vivo (bactéria, vírus, vegetal, animal ou humano) para introduzi-lo no de outro.

A principal diferença entre os dois termos está na origem dos genes introduzidos no organismo:

  • Organismos geneticamente modificados (OGM): Refere-se a organismos que possuem genes de outras plantas ou animais.

  • Organismos transgênicos: São organismos que possuem genes de diferentes espécies, como bactérias, vírus, plantas, animais ou humanos.

Em resumo, a principal diferença entre organismos geneticamente modificados e transgênicos está na origem dos genes introduzidos no organismo. No entanto, ambos os termos são frequentemente usados para descrever organismos que foram alterados geneticamente para possuir características específicas.

Característica Organismos Geneticamente Modificados (OGM) Organismos Transgênicos
Definição Organismos que possuem seu material genético alterado por técnicas de biotecnologia, incluindo a adição de genes de outras espécies Organismos que possuem genes de outras espécies introduzidos por meio de engenharia genética
Objetivo Aprimorar características, como resistência a doenças, pragas, secas e temperaturas extremas, ou melhorar a qualidade nutricional Obter novas características, como a produção de proteínas específicas ou a resistência a herbicidas
Processo Pode envolver a adição, remoção ou modificação de genes dentro da mesma espécie ou entre espécies relacionadas Envolve a introdução de genes de outras espécies para conferir novas características ou funções
Exemplos Plantas com resistência a herbicidas ou pragas, animais com melhor desempenho e resistência a doenças Plantas que produzem proteínas específicas, como a hormona de crescimento bovina, ou animais com características de outra espécie

Quais são os métodos utilizados para modificar organismos genéticamente?

Os métodos utilizados para modificar organismos geneticamente em português do Brasil são os seguintes:

  1. Transfecção: É o processo de introduzir um gene de outro organismo doador no organismo que se deseja modificar. Essa alteração genética pode conferir características específicas, como resistência a pragas ou doenças, ou melhorar a nutrição das plantas;
  2. Biobalística: É o método mais utilizado atualmente, onde o gene é "literalmente" bombardeado para dentro da planta que se quer transformar. Com isso, o gene bombardeado se incorpora ao DNA da planta, resultando em uma planta transgênica;
  3. CRISPR: É uma técnica de edição genética que permite alterar o DNA de organismos vivos para um propósito específico. A edição genética é diferente da modificação genética, pois no primeiro caso, o DNA de outras espécies não é usado, enquanto no segundo caso, sim é usado;

Essas técnicas são aplicadas em diversas áreas, como agricultura, onde são desenvolvidos organismos geneticamente modificados (OGMs) com características agronômicas, como resistência a pragas e a vírus, e tolerância à seca.

No Brasil, por exemplo, 92% da soja, 90% do milho e 47% do algodão são transgênicos.

Quais são os riscos associados às organismos transgênicos?

Os organismos transgênicos são seres vivos que recebem um gene de outro organismo doador, o que permite que apresentem características que não possuíam antes.

Essa tecnologia tem como objetivo tornar plantas e animais mais resistentes a doenças, pragas e adversidades climáticas, além de melhorar a produtividade e o teor nutricional. No entanto, existem riscos associados à utilização de organismos transgênicos, que incluem:

  1. Aumento das alergias: A inserção de genes de um organismo em outro pode levar à formação de novos compostos, como proteínas, que podem causar alergias;
  2. Impacto na saúde humana: Os riscos à saúde humana incluem toxicidade, intolerância e alergiasAlém disso, a transferência horizontal de construções transgênicas para o genoma de bactérias simbióticas de humanos e animais pode representar um risco;
  3. Efeitos pleiotrópicos: Os efeitos pleiotrópicos das proteínas transgênicas no metabolismo da planta podem causar riscos à saúde;
  4. Acumulação de herbicidas e seus metabólitos: A acumulação de herbicidas e seus metabólitos nas variedades e espécies transgênicas pode representar um risco à saúde;
  5. Impacto no meio ambiente: A transferência horizontal de genes transgênicos para organismos naturais pode afetar o equilíbrio ecológicoAlém disso, a utilização de organismos transgênicos pode levar à resistência a herbicidas e pragas, o que pode exigir o uso de maior quantidade de agroquímicos;
  6. Dependência dos agricultores: As espécies transgênicas são protegidas por patentes, o que significa que os agricultores que decidirem utilizá-las deverão pagar royalties para a empresaIsso pode levar à dependência dos agricultores das empresas transnacionais e à necessidade de comprar sementes transgênicas a cada safra;

É importante ressaltar que, antes de serem comercializados, os organismos transgênicos passam por estudos e análises para garantir a segurança alimentar e ambiental.

No entanto, é fundamental estar ciente dos possíveis riscos e buscar equilíbrio entre os benefícios e as preocupações relacionadas à utilização de organismos transgênicos.

Está gostando? Leia também:

Como os organismos transgênicos são regulamentados no brasil?

Os organismos transgênicos no Brasil são regulamentados pela Lei nº 11.105, de 24 de março de 2005, também conhecida como Lei de Biossegurança, e pelo Decreto nº 5.591, de 22 de novembro de 2005.

Essas leis estabelecem as regras e diretrizes para a pesquisa, desenvolvimento e comercialização de organismos geneticamente modificados (OGMs) no país. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) é o órgão responsável pela regulação do setor de biotecnologia no Brasil.

Desde sua criação, a CTNBio aprovou a utilização comercial de cerca de 50 organismos geneticamente modificados, dos quais 35 são plantas. Algumas das etapas do processo regulatório incluem:

  1. Avaliação de risco de biossegurança;
  2. Certificado de Qualidade em Biossegurança;
  3. Dossiê detalhado com as avaliações de risco de biossegurança;
  4. Prorrogáveis por igual período;

Além disso, a Lei de Biossegurança também estabelece a necessidade de órgãos e entidades de registro e fiscalização, como o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS).

Esses órgãos trabalham em conjunto para garantir que os OGMs sejam desenvolvidos e comercializados de maneira segura e responsável no Brasil.